As possíveis relações entre a transformação digital e a sustentabilidade vão muito além dos ganhos de eficiência e da economia de papel decorrente dos processos de digitalização de documentos.
“Uma grande revolução técnica está em andamento. Quem lhe dá direção e propósito? Para quais objetivos atende?” Com essas questões, o Conselho Consultivo Alemão sobre Mudança Global convida à leitura do relatório “Rumo ao nosso futuro digital comum”.
O relatório aponta que as das profundas mudanças decorrentes revolução digital impactam de forma transversal em todas as esferas da sociedade e na sua relação com o meio ambiente, ao que o relatório denomina arenas. Nas diversas arenas traz desafios como a ampliação do consumo de energia, o futuro do emprego, a dignidade humana, e no aprofundamento da desigualdade. Frente a esses desafios é necessário conduzir a Revolução Digital no caminho do Desenvolvimento Sustentável, em todas as suas dimensões.
No curto prazo, harmonizar a digitalização com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS – Agenda 2030). As novas tecnologias devem ser usadas para alavancar o acesso a serviços básicos como saúde, educação, energia e informação e para prevenir a degradação ambiental.
Inclusive, as novas tecnologias, como BIG Data, devem ser usadas para monitorar as metas de sustentabilidade da ONU e, assim, salvaguardar os padrões sociais e ambientais.
A pandemia da Covid acelerou a digitalização nas diferentes esferas de governo e nas empresas como, também, demonstrou diversas possibilidades do uso das tecnologias nos sistemas de vacinação e monitoramento, na manutenção do sistema de ensino, e nos mecanismos de transferência de renda e proteção social.
Enquanto a Agenda 2030 oferece objetivos norteadores para políticas, projetos e ações conjuntas do poder público, empresas, sociedade e academia na direção de um modelo de desenvolvimento sustentável, inclusivo e mais justo. As inovações não limitadas nos avanços técnico-tecnológicos, mas propulsoras de inovações sociais agregadoras de valor a toda sociedade, são fundamentais para efetivar valores como realidade concreta.
A política de inovação precisa pensar em grande escala, como afirma a economista Mariana Mazzucato, autora de “O Estado Empreendedor”, 2015.
Escrito por Paulo Gil